E agora, a culpa é do papel?



Caros leitores, caras leitoras, recomendo que, para uma melhor compreensão deste texto, leiam com bastante atenção estas palavras do meu colega de profissão, o Professor Neyrismar Felipe:
"É tão interessante perceber o que um Diploma de Nível Superior pode 'causar' à uma pessoa... Pode confirmar a competência percebida desde cedo e contribuir para o aprimoramento da mesma - contribuir no sentido de que o diploma é o resultado de anos de estudo que tiveram como objetivo especializar a mente/ser de um indivíduo.
Pode confirmar também a incompetência e a incapacidade de pessoas que criam em torno de si uma 'aura' carregada de orgulho e um sentimento superlativo de quem pensa estar acima de tudo e todos; que pensa saber mais que tudo e que todos.

Fico muito triste quando encontro no meio da sociedade pessoas do segundo caso - e elas existem em grande quantidade, infelizmente. É triste encontrar seres humanos de personalidade tão fraca - isso mesmo, fraca, quase que inexistente- que antes do próprio nome, precisam ostentar diplomas e títulos. São pessoa tão pobres, que sequer se auto-convencem do que são. Se escondem na sombra de um 'papel'."

Feitas as devidas introduções acerca da temática central de mais um texto deste blog, faz-se necessária apenas uma pequena lembrança acerca do bendito do papel, ou papiro, no Egito Antigo, época na qual seus primeiros usos começaram a aparecer. Era um material muito raro, feito a partir de uma planta que crescia à beira do Rio Nilo. No papel, ou papiro, eram escritos todos os dados importantes sobre os quais o Faraó gostaria de lembrar. Não entraremos nos demais méritos da história antiga do papel, mas, nos deteremos na história atual deste material que é tão presente em nossas vidas.

Um dos usos mais frequentes do papel é a fabricação de Diplomas, principalmente de Nível Superior que, com a democratização da Educação no Brasil nas últimas décadas e devido à carência de mão de obra qualificada, fez com que o nosso país fosse um dos que tem mais Instituições que oferecem este nível de Ensino no mundo, ficando atrás apenas de países como Índia e China, que tem populações largamente superiores em número em relação à nossa.

Com a democratização do Ensino Superior, ficou muito fácil "tirar um diploma", ficou muito fácil tornar-se aprendente, ficou muito fácil pseudo-qualificar-se para o mercado de trabalho que, devido à larga demanda de tais cursos, parece, a cada dia estar menos exigente com aqueles que deseja empregar.

Sendo fruto desta onda de acesso maciço às Universidades Públicas no Brasil, entrei na faculdade achando que, quando eu saísse, iria estar cheio da mais pura bagagem científica, do mais puro saber, da mais pura capacidade de dominar o conhecimento a que me dediquei a estudar que, no meu caso, foi a Biologia. Logo na primeira disciplina vi que me enganei completamente, pois a Universidade é um espaço de abertura da mente para o novo, de expansão de saberes, de vivências, de aprendizado sobre si, sobre o mundo e sobre o outro.

Sendo assim, chego a conclusão de que a culpa da má formação dos profissionais também não é do Governo que possibilita cada vez mais a sua entrada na Universidade. A culpa é de cada um desses profissionais, ou arremedos deles, que acha que um curso superior lhes trará dinheiro rápido!

Sinto desapontá-los, mas se querem dinheiro rápido, a prostituição é o melhor caminho, mas infelizmente, apesar de ela, a prostituição, e o puxa-saquismo serem as profissões mais antigas do mundo, ainda não há curso de Nível Superior para a formação nas mesmas!

Sabe o que falta aos novos profissionais? AMOR! Isso mesmo, amor pelo que fazem!

Político sem amor, torna-se corrupto;
Médico sem amor, torna-se assassino;
Professor sem amor, torna-se tirano;
Jornalista sem amor, emburrece a si e ao próximo;
Prostituta sem amor, torna-se garota de programa;
Puxa-saco sem amor, torna-se "xola";

O fato é que, seja qual for a formação que tenha, não deixe que o conhecimento adquirido faça de você uma pessoa sem humildade para aprender com a fala do outro. O que a gente mais vê por aqui, parafraseando novamente meu colega Neyrismar, são pessoas que, por terem um diploma engavetado, se acham no direito de olhar com  desdém para o resto da humanidade...

Diploma passa, cargo comissionado passa, a uva passa, o passageiro passa, todos nós passaremos, e como disse a Beata Tereza de Calcutá, "Não temos o direito de deixarmos as pessoas passarem por nossas vidas sem que se sintam melhores".

É isso! Só há apenas uma ressalva que eu gostaria de fazer: Entre a prostituição e o "puxassaquismo", acho muito mais digna a postura de quem vende apenas o corpo! Quem vende ideias, valores e virtudes, prova exatamente o que acabei de falar neste texto, que a culpa não é do papel!



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